Reforma política no Brasil

Você saberia dizer qual interesse do brasileiro na agilidade de aprovar a PEC

Tramita no Congresso a PEC da Reforma Política e, surpreendentemente, em regime de urgência. Qual é o interesse para o povo brasileiro na celeridade de aprovação da mencionada PEC? Nenhuma!

Não pela reforma em si, porque como outras,  ela é sim necessária, porém, a prioridade, a forma e o momento, são inadequados e, na essência, favorecem muito mais a classe política.

O velho e tradicional corporativismo impera de forma alarmante entre a atual legislatura, que, insensível à crise avassaladora que dilacera o Brasil, age única e exclusivamente em prol de seus interesses políticos eleitorais. Na contramão dos reais interesses sociais, a tentativa de criação de um Fundo Partidário estimado em 4 bilhões, representa bem a desconsideração para com a situação deplorável em que se encontra o povo brasileiro.

Por que a pressa na aprovação? Porque a Lei Eleitoral impõe o prazo de um ano de quarentena para sua efetiva aplicação para as próximas eleições de 2018, vale dizer, tem que ser aprovada e começar a vigorar até a primeira semana do próximo mês de outubro.

A expressão latina venire contra factum próprio, cujo significado popular é o de “dar tiro no pé” é, de fato, como os parlamentares, representantes do povo, reversamente, articulam,  no Congresso Nacional, em detrimento explicito da Teoria do Contrato Social, pela qual o Estado obriga-se a garantir condições mínimas de saúde, segurança e educação.

Causa indignação o desprezo e desconsideração da atual legislatura com a situação angustiante e tormentosa pela qual passa o Estado brasileiro e seu sofrido povo. Seria esta conjuntura preparada para levar o Brasil até um porto seguro para as próximas eleições de 2018? Serão elas executadas eletronicamente? Ou o povo, indignado, vai conseguir demonstrar sua insatisfação e descrédito com a atual classe política?

Entrementes, resta-nos acompanhar, impotentes, limitando-nos a manifestações nas redes sociais, diante dos palanques eleitorais montados em uma sucessão de crises, sem precedentes, quando, irônica e perversamente, os parlamentares manifestam-se discursando em votações públicas, mirando as próximas eleições.

Link original deste artigo: Último Segundo – iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/antonio-riccitelli/2017-08-23/reforma-politica-brasil.html

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