É hora de prestigiar a operação lava-jato, fiscalizar o bom funcionamento dos três Poderes e nos prepararmos para as eleições presidenciais de 2018
Já na Grécia antiga Platão, ao tratar de governo e governabilidade questionava a máxima quis custodiet ipsos custode, traduzindo do latim, significa: quem guardará os guardiões ou quem irá nos proteger dos protetores.
Presidente Michel Temer é alvo de inquérito que apura denúncias do empresário Joesley Batista, do grupo JBS
Recentemente a Procuradoria Geral da União, por meio de seu Procurador Geral, prerrogativa constitucional, apresentou denúncia contra o Presidente da República por suposto cometimento de crime comum, fato inédito na história do Brasil.
O anunciado fatiamento das denúncias que pesam contra o Presidente, dentre elas, corrupção passiva, formação de quadrilha e obstrução à justiça, representará uma maratona de mobilização de Comissões Parlamentares, uma polarização de Grupos políticos e de setores representativos da Sociedade. O tempo e custo para a montagem da respectiva logística é imprevisível.
Entre outros, os bens mais preciosos para o Brasil, neste angustiante momento, são a recuperação econômica e a diminuição do desemprego, que de várias formas passam pela aprovação das reformas trabalhistas e previdenciárias.
Evidente ser imperativo apurar todas as denúncias fundadas de legitimidade, para passar o Brasil à limpo, e, nesse sentido o Ministério Público tem sido operoso e indispensável. Entretanto, desconsiderar efeitos colaterais, como por exemplo, submeter um povo a um tormentoso e interminável sofrimento, contrário às conquistas e princípios propostos por um Estado democrático, convenhamos, transcende o nível da razoabilidade.
Para os menos avisados, fique muito claro que qualquer opção, neste momento, a partir da vacância do cargo de Presidente da República, seja por Impeachment, por convocação de eleições diretas, incluindo a própria ação penal, todas, sem exceção, passam pelo Congresso Nacional, por decisões políticas e, demandam, medianamente, uma dúzia de meses.
Ora, a razão nos leva a reflexão sobre uma tese simples e eficiente: porque não continuarmos a prestigiar a operação lava-jato, fiscalizar o bom funcionamento dos três Poderes e nos prepararmos para as eleições presidenciais de 2018 que, pelos trâmites legais tem seu início oficial previsto agosto do ano vindouro?
Link original deste artigo: Último Segundo – iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/antonio-riccitelli/2017-06-28/protetores-temer.html