Para os eleitores menos avisados, vale registrar que as eleições 2018 presidenciais e majoritárias que se aproximam, acontecem logo no primeiro domingo de outubro, são, certamente, as mais importantes e atípicas dos últimos tempos.
Preliminarmente as eleições 2018, chama atenção as indesejadas implicações decorrentes do período pós- traumático do processo de impeachment que abalou as estruturas de nosso frágil sistema político. Não menos preocupante é o astronômico volume de denúncias e escândalos, sem precedentes, que atingem níveis alarmantes de questionamentos sobre a ética, cultura e costumes dos políticos, empresários e, inclusive do povo brasileiro.
As atipicidades não param por aí. O incontável número de partidos, mais de trinta, obscurece a visão do leitor que não consegue ainda saber, há menos de cinco meses do pleito, quem serão os candidatos, seus respectivos vices e, muito menos, as coligações partidárias que farão.
Evidente que votos ideológicos serão raridades, pois a profusão de siglas partidárias e coligações impedirão o eleitor mais atento perceber o verdadeiro perfil de seu candidato, infelizmente, valendo para todos os cargos. As coligações atendem muito mais os interesses de tempos de exposição na grande mídia e nas pesquisas de intenção de votos, do que projetos de interesse público. O povo, maior interessado e mais afetado, mais uma vez será manipulado como fantoche de teatro de marionetes.
As novas tecnologias, presentes nas redes sociais e o grande número de aplicativos alcançaram alto nível de sofisticação, a ponto de permitirem ao eleitor, usuário, através de uma simples leitura ótica da imagem, acessar informações relevantes sobre os candidatos, como por exemplo, os processos judiciais que eventualmente correm contra os mesmos. Trata-se de um grande avanço, pode ajudar muito na hora da escolha, entretanto, ainda é pouco para garantir um voto qualitativo.
O incontável número de variáveis, como as siglas partidárias, que mais lembram verdadeira sopa de letras e os milhares de candidatos aos vários cargos eletivos, deputados estaduais, federais, senadores, governadores e Presidente da República, dificultam ao leitor perceber a importância de seu voto.
Conforme o tempo vai passando, cresce a expectativa pelas eleições 2018, o desejo de mudar o Brasil. Considerando-se a importância dos dispositivos constitucionais de soberania popular, espera-se que o Estado brasileiro contemple seu eleitorado com o melhor instrumental possível para o mais legítimo, amplo e sagrado exercício de cidadania: o voto.
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